Dom da culpa

Quando somos crianças, começamos a descobrir aquilo que gostamos e daquilo que não gostamos. Algumas gostam mais de desenhar, outras gostam de montar peças e ainda outras gostam de costurar. Conforme vamos desenvolvendo, vamos nos descobrindo e ficamos cada vez mais aptos certas coisas. Quando se tem uma habilidade extraordinária de se executar algo, chamamos isso de dom.

Todos têm dons. Ninguém é tão ruim que não saiba, pelo menos, fazer algo bom. Há pelo menos um dom a ser descoberto, o que ainda é pouco, por cada pessoa. Mas você já ouviu falar em alguém que tem o dom da culpa? Parece estranho que isso seja um dom, mas pode ser classificado, também, como uma capacidade.

Há pessoas que são bastante frágeis quando se trata de culpa. Há algumas que se acham culpadas por tudo, mesmo quando algo nada tem a ver com elas. Isso indica que, quando criança, ela era acusada (seja por seus pais, seja por pessoas próximas) de tudo ruim que acontecia em seu meio. Logo, quando ela se desenvolve, acaba criando esse elo entre a culpa e ela.

Contudo, o dom da culpa deveria agir sobre todos nós: não que devemos nos sentir culpados por cada coisa que acontece ao nosso redor, mas sim saber reconhecer quando somos culpados pelos nossos atos, ou seja, quando pecamos.

O povo de Israel tinha o costume de oferecer sacrifícios por aqueles pecados que nem mesmo eles sabiam que tinham pecado. Esse é o chamado pecado por ignorância. Assim, da mesma forma, temos de reconhecer que somos culpados diante de Deus, mesmo que não façamos nada.

A questão aqui não é o quanto você peca. Você não faz nada além de pecar neste mundo. Por isso, devemos ter o dom da culpa, para que a nossa consciência possa nos advertir quando estamos transgredindo a lei de Deus, e para que possamos, cada vez mais, poder habitar com Deus no íntimo de nosso ser.

Pense: "Quando sois assaltados pelas tentações, quando o cuidado, a perplexidade e as trevas parecem circundar vossa alma, olhai para o lugar em que pela última vez vistes a luz. Descansai no amor de Cristo, e sob Seu protetor cuidado. Quando o pecado luta pelo predomínio no coração, quando a culpa oprime a alma e sobrecarrega a consciência, quando a incredulidade obscurece a mente - lembrai-vos de que a graça de Cristo é suficiente para subjugar o pecado e banir a escuridão. Entrando em comunhão com o Salvador, penetramos na região da paz." — A Ciência do Bom Viver, p. 250.

Desafio: "E em toda a diferença que vier a vós de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue, entre lei e mandamento, entre estatutos e juízos, admoestai-os, que não se façam culpados para com o SENHOR, e não venha grande ira sobre vós, e sobre vossos irmãos; fazei assim, e não vos fareis culpados." — 2 Crônicas 19:10 — Almeida Corrigida e Revisada.

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